quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

DIÁLOGO III

POR FALAR EM NATAL...

sempre gostei de vilões. dispensando as possíveis, prováveis e previsíveis explicações que freud daria a tal fato, me detenho a descrevê-lo em vez de tentar explicá-lo.
lembro-me quando estava na 1a. série, quando a professora me chamou a um canto e me encheu de elogios justificando a sua escolha para eu fazer parte de uma peça natalina que estavam organizando no colégio.
chegando à sala - como sempre, atrasado - onde se reuniam os participantes de tal evento, um dos alunos me informou que eu faria o papel de um dos três reis "maus" - pelo menos foi isso que eu entendi. minha euforia interna foi demasiada, pois sempre quis de alguma forma ser ruim, mesmo que fosse de mentira.
ao longo da explicação da professora que organizava a peça, me dei conta de que meu papel não se tratava de um dos três reis "maus", e sim de um dos três reis magos - quem conhece a história do nascimento de cristo deve saber do que estou falando.
minha decepção só não foi maior porque eu aprendi a me contentar com o que tinha desde criança - talvez porque sempre tive muito, até mais do que merecia, certamente.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

estranho

cabia no bolso aqueles instantes
bolso furado sem papo nem vergonha
olho calado de um lado da vida
do outro o escancaro, de fato sentido

necessariamente sofrida e mentida
deu-se a reviravolta do pobre doente
sem dente nem mente o bastante pra crer

estranho...

tudo se deu por vencido e quebrou a distância
na pele, no osso, chega a ser o mesmo
o mesmo desgosto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

fio de tarde

ainda à tarde
o sol insiste em invadir terreno
artes saem das paredes
ou remetem ao passado

figuras trocam gestos indecifráveis
falta café na mesa - constrangimento
a cidade ainda inventa formas
de anunciar sua existência

poeira sobe com o efeito das batidas
da vassoura no chão calado, conformado
toalha de mesa reflete a serenidade
de um fio de tarde que som nenhum estraga

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

todas elas

luz dourada bate no cabelo castanho-escuro
brilha o olho verde, verde-animal
toca a pele branca e fofa, quase fluida
beija a boca doce e rosada de véu
doura a coxa escura, preto-arrepia
pezinhos engraçados batem a fim de voar

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Série Velhos Poemas: DIÁRIO DE DOIS DIAS DE DAVI

Domingo, Davi, dantes dândi, dopava-se danado de doido,
domava damas dançando desajeitado
- "Dom daqueles desocupados".

Dele, despencavam dourados devaneios,
destruídos dificilmente depois da digestão
das duzentas dozes derradeiras
docemente documentadas durante dois dias.

Deitava de dor debaixo da ducha deliciosamente derramada,
dormia doente dentro de dormitórios delgados durante décadas
- defunto decadente dos domínios do demônio.

Demente, dizia: "Deus, droga de drama!"

domingo, 18 de novembro de 2007

memória e efeitos

quando o passado abre os olhos
de presente, dou-lhe um sentido
nunca tido por tempo algum

e quando reclama o seu lugar
não dou trégua nem beira
mas queira ou não, faz-se agora

memória e efeitos
reflexos de um dia
que nunca acabou

domingo, 11 de novembro de 2007

os quadros

os quadros adimiram
seus observadores

quadrados, quase lados
opostos e dispostos

a se diferirem

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

coração sem graça

vermelho estúpido
enferruja e descasca
sem fogos nem facadas
modernamente esculpido

sobra o gracejo
do bocejo que só vejo
no desejo de um beijo
que planejo e não manejo

fraqueza dura
sem a graça pura
dada e cobiçada
pela mesma pessoa

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Série Velhos Poemas: SERTÃOMAR

Sertãomar alguma coisa neto
Nunca ligou em estar realmente certo
“Bixo vivo, sim sinhô!”
Bicho velho, não sentia dor

Até que um dia viu tudo do avesso
Sentiu seu corpo que estava ileso
Sertãomarinho da Silva Linhares
Orgulhavam-no invejosos olhares

Sertãomar viu o sertão virar mar
Invés da inchada, uma mão de moça a beijar
Mas, de um solapo, voltou aos que o amavam
Sertãomar viu seus olhos que queimavam

E sorriu, afinal, por ainda estar ali

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

vida prática

na vida prática
teorizo sobre os fãs
do terror que é o gelo
enquanto ser em mundo inóspito

praticamente o que é cor
se torna forma de amor
os fãs do fogo hão de haver
noutro mundo que não eu

sábado, 25 de agosto de 2007

aprimorar

um barulho familiar e desconfortante
me expulsa deste lugar e de qualquer outro
o comportamento se mantêm na ausência de um reforço
no outro dia eu aprimoro o repertório
pra viver na corda-bamba dando risos de tristeza

sábado, 18 de agosto de 2007

DIÁLOGO II

SOBRE AQUELES MOMENTOS DE APARENTE ANTIPATIA E EXCLUSÃO

não me pergunte por que, mas às vezes eu só preciso de um tempo. tô com raiva não, nem triste, talvez cansado, mas não somente.
deve ser um velho costume que virou necessidade. vem nas horas menos convenientes, mas o que eu posso fazer, né? somente sinto e entro em contato, pois eu quero "viver o momento". só assim eu me consolo acreditando que ele tem sentido. sentido este que eu não quero ter o trabalho de dar, e me iludo pensando que ele surge do nada, surfando numa luz que vem descendo do céu.
nessas horas eu não penso em quase nada, somente em coisas que alguém certamente julga serem as mais importantes. pra mim, talvez, pode ser, não sei. só vivencio o instante, já disse, agora sem pretenção.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

agora sou

depois que te vi daquele jeito, estranhei
linda a ponto de socar meu peito com superioridade
e o sorriso sempre ali - ironia e alegria de mão dadas

pra onde eu ia escapar, fugir de nós dois?
onde eu ia entrar pra me esconder dos nossos olhos?
só fiquei e inesperei, calado como de costume
tua alma tomou ar e me fez gente

gente que agora sou

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

eu tendo a sorrir, e isso é bonito

do mais que perco, ganho a disposição
eternamente burra e delicada, só quer ficar
carregando a vontade no bolso como uma arma
atira pra todo lado meu

acordando sonhado do mesmo lado do teto
no momento sempre-agora foi e veio o medo
inúteis recordações revelam ou põem algo em mim
portanto eu

quinta-feira, 19 de julho de 2007

de ressaca [ou dores e cores (versão estendida)]

chega de escrever
sobre as dores e cores do mundo
calo nas mãos e na mente
que sente o que é bom
e precisa flutuar

os versos só se revesam
entre as bocas e tintas
num guardanapo imundo
desejos e mentiras que sujam

mais e mais os olhos tolos
de ressaca do mar de lágrimas

quarta-feira, 11 de julho de 2007

sufoco

senta a alma na cadeira velha
de balanço que falta despregar
do chão e do não que sempre ouve

deita o choro na rede ventania
que de brisa em brisa vale um tostão
no vai-vem ao som do céu preto de caos

pisa e chuta a areia doce de lama
decerto cai no meu colo só por fazer
mas pro mais não planejou absolutamente
nada.

sábado, 30 de junho de 2007

o relógio

dançante, sempre amante, vai levando minha alma longe
ao som mais belo das cordas vocais eu espero
calmante, agonia sufocada pela harmonia da mágica flor
delirantes, meus pés tocam a nuvem que Lhe serve de repouso
novo, inédito luar, nunca mais e pra sempre terei
de noite a vida chora e renega o prazer de estar em qualquer lugar
só há o som e eu voando imerso no vazio cheio de luz
meu corpo é mente, e a mente evapora na vibração daquela nota
daquela nota que ninguém ousa tocar
rápida viagem ao eterno azul do nada estelar
espaço por demais lotado de mim e dele mesmo
o relógio marca a hora do libertar

terça-feira, 26 de junho de 2007

um jeito tosco

um modo interessante de sugar a luz das estrelas
uma carne crua cheirando à posse e compreensão
um jeito tosco de dar e pedir carícias
uma frase fula numa boca de algodão

um beijo que mal liga pra uma razão de acontecer
um fio de cabelo que o vento escolheu tocar
um poema pobre que não fala mais do que quer dizer
um rosto longe de todo o amor que eu posso dar

quinta-feira, 21 de junho de 2007

hoje não

hoje não tem mais amanhã
hoje não tem mais depois
hoje não tem mais tarde
hoje o dia e a noite acontecem
simultaneamente

a melodia extrema
de um rock desconcertante
troa no pé-do-ouvido
e no pé-da-serra
a brisa me espera
ainda hoje

hoje não quero ser mais ninguém
hoje nem querer eu quero mais
hoje não tem fala nem sombra
hoje eu existo
e hoje não mais.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

a toca

pode ser vedade que o vento não resiste à tentação
de andar sempre na mesma direção
mas se não for, quero ver ele dar a curva
é lá onde tu se esconde, né?

é pra lá que eu quero ir, mas não vou
tenho medo, e mesmo assim não encontro o caminho
a estrada é eslameada: terra e lágrimas de nós dois
que ainda virão a gotejar dentro e fora do coração
em cada nota de uma canção

mesmo assim, vamos lá, enquanto estou no embalo
dou a cara à tapa, dou a alma à união
o coração fica pra depois, a gente nunca precisou dele mesmo
não é mesmo, meu anjo?
meu coração.

terça-feira, 5 de junho de 2007

jovem poema

a chuva me alerta
que já é hora de dormir
pois o tempo existe


existe mais que eu
existe mais que deus
existe mais que o existir
existe mais e tão mais
que não mais resiste


a chuva me alerta
que já é hora de pensar
descansar da vida
e morrer devagarinho

tenho distúrbio de atenção
tenho tudo bem longe de mim
tenho preguiça de acordar
e existir por mais um dia

me leva chuva
caindo pra cima
caindo na rima
desse jovem poema

não me deixa aqui na vida
me tira desse dia-após-o-outro
me tira o amor e o ódio
de viver sem mim

domingo, 27 de maio de 2007

casa nova (ou poema para convencer divino)

casa ou rua, tanto faz
o que importa é se tem chão
pois o teto a gente escolhe
na latada do chicão

fez-se minha e de nós todos
fez-se sonho de mazela
só pra não perder o costume
tem pipoca na panela

olha só onde eu estou
só por causa desse nome
deixa disso e vem comigo
na alegria dos morta-fome

concluindo, eu te imploro
esquece os feios e a lindeza
a verdade é que o mundo
quer cantar nossa tristeza

riso afoito

súbito bem-estar de estar acordado
raro riso afoito e sem reclamação
trégua naquele velho jovem espírito
saúde do corpo e da mente que não mente mais
pequena espreita na janela colorida da exaustão
não vejo nada - até mais, sono!

sábado, 19 de maio de 2007

invenção

sentimento
a gente inventa

sentimento
sente o vento

a gente venta

quarta-feira, 16 de maio de 2007

ela vai

mais uma vez
ela vai se esvaindo
mais uma vez
a mais bela de todas

potente, demente
quente, gente
louca

carnuda, segura
surda, muda
toda

nada

boas-vindas ao nada!

o nada conquista
almas, mentes e corações
o nada excita
o bem, o mal e o homem

o nada não nasce
o nada não morre
de nada se alimenta
por nada se move

o nada insiste
o nada persiste

o nada não é deus
o nada não é diabo
o nada não é nada

e depois do nada
eu não sei

o ingresso

essa gente
que rebola e chora
que enrola e rola

no chão mental da minha sala
até ousa pintar minhas paredes
e abrir e fechar minhas cortinas

o ingresso é o rebolar

a maçã e você

maçã
que abriga o verme da derrota
quem se importa?
"come torta!"

ele é verde
mas não tem sede
ele é mole
mas não me engole

só a ti
e à maçã

terça-feira, 15 de maio de 2007

foice

foi-se embora
a primeira em meu pensar
a qualquer no meu olhar

foice enforca
e corta o meu coração
em forma inteira sua

"o meu coração"?

certeza

toma cuidado
ao insistir no que é certo
no teu ver, só pode
só pra se firmar
aposto!

e encosto o teu ombro
caso derreta esse piche
que faz a cor da tua pele
que faz a cor da tua sujeira
que te faz cor de homem

escrorre toda essa certeza
estou certo
me paga!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

cinderela

3 que deixou de ser 4
na décima garrafa e no cantor de bar
no "deixa acontecer" que nunca acontenceu

na kaiser quente e na skin gelada
pelada só na vontade
2 demônios com um plano
infalível e desumano

sinuca velha e larva intencionada
na boquinha, aos pouquinhos

apagou.... acabou.... dormiu.
só falta mesmo tocar fogo
mas deixa pra outra vez

agora só quero discar cambaleando
pra desejar um feliz dia-das-mães
mas cadê meu celular?!

domingo, 6 de maio de 2007

cor de preguiça

por aqui não tem mais nem menos
é tudo assim, mergulhado num mar sem ondas
mar cor de areia movediça
mar cor de preguiça

tenho mais é que me acostumar
chamar você pra parar aqui também
daí ficamos como estamos e nada acaba

nem piora, nem melhora
continua...

por aqui 2 é pouco
3 é pouco, e 4 nem se fala

por isso eu insisto e desisto
todos os dias e todas as vidas
por toda a vida

quem

quem quiser pegar
ou guiar esse trem
que venha!

que saia quem quiser
da saia da miss ao lado
que entre quem fizer
o pedido mais burro de todos

que entre no meu coração
quem conseguir
o quê?

terça-feira, 1 de maio de 2007

chafariz de elefantes

ninguém sabe nem conta ao certo o que aconteceu

chafariz de elefantes cor-de-rosa e espinhados
meu nariz com elegância perde pose bem do teu lado

ninguém sabe nem conta ao certo o que aconteceu

baixa a voz, que os anões estão clamando por um luau
caracóis semeando a discórdia no meu quintal

ninguém sabe nem conta ao certo o que aconteceu

domingo, 22 de abril de 2007

DIÁLOGO I

FALTA SIM SENHOR! DEIXE DISSO...

eu num sei se eh soh vagabundagem ou falta mesmo alguma coisa na minha vida. tudo bem, eu sempre kiz estudar psicologia na ufc, e estudo. sempre kiz tocar numa banda com meus amigos, e toco. sempre kiz ter alguem pra agarrar sem compromisso, e tenho. mas apesar da faca e do keijo, eu sempre sinto falta da goiabada - ou soh de uma cream cracker, pra nao pedir muito.
o fato eh q eu acordo inquieto, durmo inquieto, vivo inquieto e depois de morto ainda vai ser foda me por dentro da porra do caixão. essa inquietação nao eh fisica, tah aki dentro (no coração ou na mente? - em ambos, talvez.).
falta, falta sim alguma coisa! eu sei q nao so assim tao mimado... me pergunte se eu so feliz, se eu ao menos estou feliz, vah lah, faça essa pergunta q nao ker calar mas sempre cala ateh a kem pergunta! eu me calo, mas respondo.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

deixa haver

porém,
não sei se sou eu
valhei-me, cedeu!
mas deixa haver

meu bem,
com sede, bebi
meu deus, me perdi!
não deixa a ver

teu canto de fogo

chamas em chamas
meu teu que se perdeu
cantas em cantos
teu meu que já morreu

fazes em fases
teu véu de sabor mel
folhas em bolhas
em meu céu de carrocel

domingo, 15 de abril de 2007

sonoro flanar

a gente tá mudando
a gente tá surtanto
a gente tá amando
a gente tá tocando

"vagabundamente"

vai que dá

vai levando com a barriga
na sola do pé que um dia estendeu
o riso de fé que a glória escondeu
e pede certeza pra ver se vai dá

vai brigando com a fadiga
que o fim da picada ainda não se rendeu
e a forma da estrada só mostra o pneu
dizendo a verdade se a sorte virar

sábado, 14 de abril de 2007

farol alto

zig-zag
cá e lá

no breu da terra
e no da guerra
no breu da serra
e de seu pé

buracos e ondulações
sozinho-cá, sozinho-lá

zig-zag
lá e cá

debaixo da curva

dobra o centro
poda o vento
toma tempo
pra falar

torna lento
turbulento
tanto tento
não pensar

quinta-feira, 12 de abril de 2007

pára aqui, que aqui tá quente!

caminho no mesmo breu
naquele dia do grande eu
feito pano amarrotado
cambaleando e desastrado

cai do lado aqui pra dentro
me dá jeito no relento
escura clareia o breu
e faz nosso do dia meu

de velho

tu.
sempre tu
tu tu e tu
de novo tu.

de velho eu.

atirador

meu querido atirador
não tem medo de quem vem
tá com frio, não fugiu
mas a mira, mira em quem?

meu querido atirador
morte serena
morte pequena
morte morena
morreu de calor

domingo, 8 de abril de 2007

tá esperando...

tá esperando a festa, menino
pra fazer caso da dor?

tá esperando a espera com vinho
pra desbotar sua cor?

tá querendo farra sozinho
pra disfarsar teu humor?

tá pensando que é bonitinho
não ser parte do amor?

ATENÇÃO: há tensão!

a tensão chama mais atenção do que qualquer outra coisa!

fonfersa fra foi formir

- fulano!
- fala!
- faz favor fuderoso, fera?
- faço, fí!
- fala francês forçadamente!
- fela da puta fresco...

ornitorrinco de pato

- qual seu nome?
- ornitorrinco.
- de q?
- de pato.
- q pato?
- q te pariu, porra!

e saiu.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

caiu o chão

caiu o chão da praça
mas só tem graça
se alguém morrer

beba essa cachaça
mas não o faça
se alguém te ver

ter de tudo é massa
vamos à caça
da sua tv

quem reclama passa
faça a sua raça
aparecer

segunda-feira, 2 de abril de 2007

congresso dos bêbados

- kem eh kem?
- eu so kem.
- eu kem?
- tu.
- tu kem?
- eu.
- eu eh tu?
- tu q so eu.
- e kem somos eles?
- nós.
- kem sao nós?
- nada.
- donde vamos?
- praqui.
- pronde viemos?
- dali.
- existe sangue no alcool de deus?
- e como.
- e bebe?
- kem sabe.
- kem eh kem?
- ninguem.

domingo, 1 de abril de 2007

qualquer coisa

o q tu kizer ae
soh nao fala, oh kem fala
o q tu kizer ae
mino loko, pensa poko

o q tu fizer ae
eh de novo, eh o novo
o q tu fizer ae
tah valendo, jah sem tempo

eh soh kerer