quinta-feira, 19 de maio de 2011

a última poesia

borrando letras com minha tristeza
lembro as verdades que aqui expus
orgulho-me de há muito fazer parte
gentilmente deste grupo promissor
saudando todos os que o dão forma

desta união sobrou um aprendizado
eterno e quinzenalmente construído

quando me chegam estas tais cores
um arco-íris criado pela sinceridade
irradia aquele dia todas as semanas
nesta mutável reunião de escritores
tagarelando pensamentos inquietos
agora e sempre para o todo recordar

sexta-feira, 13 de maio de 2011

deve ser

o
que
vai ser
desse ego
num momento
de agora-nunca?
será algo diferente
nunca-sempre pensado?

talvez algo agora renegado
tudo aquilo que todos quiseram
desejos, atitudes, sonhos e afetos
nunca mais diga o que eu deveria ser.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

final perfeito

resfriamento no calor de um sonho
alguns fatos se mostram impiedosos
e se utilizam de velhas artimanhas
que eu nunca aprendo a prevenir

aproveito qualquer mínimo espaço
e encaixo mais um sopro de esperança
para assim continuar a conta gotas
até o fim mais surreal de todos

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Série Velhos Poemas: NEM É PRECISO

nem é preciso falar
sobre o que é se perder
ao lado seu
que nem um sonhador

que nascia ao meio-dia
esperando um lugar
na viagem eterna
do sol no seu pôr

nem é preciso esperar
o teu caminho surtar
e teus passos chegarem
sem nenhuma dor

que eu temia e me escondia
numa lua tão crua
tão nua e tão sua
que nunca chorou

quinta-feira, 21 de abril de 2011

o causo do tarado fodido

uma donzela feito rosa não arredava o pé de casa
pois o fí de pedro nunes deu pra ser molestador
na espreita toda noite pra num entrar em cova rasa
pois atrás de lhe capar já tinha até um matador

e pedro nunes por azar era o delega da cidade
obrigado a ver seu filho embrenhado em coisa feia
jurou pra jovem rosa que não era por maldade
e que seu filho ia lhe dar casa, amor e bela ceia

foi assim que a donzela aceitou a condição
de se deixar ser desposada pelo tarado protegido
depois disso nunes filho não quis mais ser comilão
pois bela rosa viciou-se mais que ele no fodido

quinta-feira, 14 de abril de 2011

poucas vezes

poucas vezes o vi cabisbaixo e sereno
já houvera causado tumulto e festejo
mas agora pensava tão perto e pequeno
que só contam a lenda de seu velho manejo

foi herói de seu tempo que nem odisseu
cultuado às tantas por sua alegria
até que na noite seu olhar se perdeu
e nunca encontrou o que tanto queria

poucas vezes o vi tão triste e sozinho

quinta-feira, 7 de abril de 2011

bom partido

com ela não existe passado
o desejo está sempre presente
do corpo que me deixa amarrado
sempre hei de ser pretendente

sua voz delicada e fininha
seu cabelo liso e pretinho
sua pele tocando na minha
roçando bem devagarinho

com ela não há resistência
fico sempre de queixo caído
visto a sua tão bela essência
concordo em ser bom partido