morena menina com sorriso fácil
mormaço da terra que pisa com gosto
seu rosto princesa precisa de outro
solto e envolto nas curvas do enlaço
o bobo da corte era rei no passado
e calado se curva a seu pleno dispor
ao por os pezinhos perfeitos imundos
num mundo que gira com cada passada
ela cabe sem brecha num abraço bem forte
e a morte se torna uma mera dormência
cadência de sons que surgem dos lábios
tão sábios que só dizem algo ao beijar
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
horror
como se este mundo não fosse nosso
desejamos voltar pra casa ou ir pra longe
brutos horrores cercam almas ordinárias
clamando a elas uma reação legítima
dificilmente natimortos sentem dor
seu puro sangue representa uma boa sorte
enquanto nós nem queremos deixar de ver
e sorrir pela verdade que nos foi privada
desejamos voltar pra casa ou ir pra longe
brutos horrores cercam almas ordinárias
clamando a elas uma reação legítima
dificilmente natimortos sentem dor
seu puro sangue representa uma boa sorte
enquanto nós nem queremos deixar de ver
e sorrir pela verdade que nos foi privada
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Série Velhos Poemas: POEMAS INTERMEDIÁRIOS
carta pálida de um qualquer ou simplesmente a sua lamentação
pelos becos alguém brilha
segurando uma vela
acesa
quem enxerga se atira
abraçando sua fera
com frieza
e tristeza
embora
embora você não suma
existem mil maneiras
embora eu só use uma
de falar asneiras
e dizer adeus
dores e cores
primeiro as cores
depois as dores
e os versos
os ossos
tudo o que tenho são olhos reumáticos
que nada querem ver além de esqueletos
projetando-se para fora de um mesmo corpo
banhados de desilusão e cólera
nem mesmo sabem do que ou o que são
ossos
aqui e agora
o aqui é tão lá
quanto o agora
a velha lambia
as ramificações
por alguém
pelos que temem eu digo sim
pelos que choram eu digo sempre
segredos têm a força própria
da autodestruição
pelos que rezam eu digo amém
pelos que amam eu me calo
por alguém
sapatos
arrastamos os pés descalços
sobre o teto
pois não há sapatos que nos levem
ao mesmo chão
vez
o gosto da ansiedade me vem à tona
pela última vez
pela última vez ele se torna amargo
e pela primeira vez eu me acostumo
pós-perfeição
eu penso na perfeição
e nas leis que ela destruiu
no quanto maiores os significados se tornaram
e na raridade atual das boas atitudes
uma bela noite não nos cerraria os olhos
um rosto feio não se manteria entre nada
e o nada se sobressairia
a história do poema sem fim
era uma vez uma poesia
que não chorava
nem sorria
era uma vez um começo
que não tinha fim
nem começo
pelos becos alguém brilha
segurando uma vela
acesa
quem enxerga se atira
abraçando sua fera
com frieza
e tristeza
embora
embora você não suma
existem mil maneiras
embora eu só use uma
de falar asneiras
e dizer adeus
dores e cores
primeiro as cores
depois as dores
e os versos
os ossos
tudo o que tenho são olhos reumáticos
que nada querem ver além de esqueletos
projetando-se para fora de um mesmo corpo
banhados de desilusão e cólera
nem mesmo sabem do que ou o que são
ossos
aqui e agora
o aqui é tão lá
quanto o agora
a velha lambia
as ramificações
por alguém
pelos que temem eu digo sim
pelos que choram eu digo sempre
segredos têm a força própria
da autodestruição
pelos que rezam eu digo amém
pelos que amam eu me calo
por alguém
sapatos
arrastamos os pés descalços
sobre o teto
pois não há sapatos que nos levem
ao mesmo chão
vez
o gosto da ansiedade me vem à tona
pela última vez
pela última vez ele se torna amargo
e pela primeira vez eu me acostumo
pós-perfeição
eu penso na perfeição
e nas leis que ela destruiu
no quanto maiores os significados se tornaram
e na raridade atual das boas atitudes
uma bela noite não nos cerraria os olhos
um rosto feio não se manteria entre nada
e o nada se sobressairia
a história do poema sem fim
era uma vez uma poesia
que não chorava
nem sorria
era uma vez um começo
que não tinha fim
nem começo
sexta-feira, 7 de maio de 2010
essa história de igualdade
uma prateleira branca
com cinza escuro perfumado
enfeitada com luzinhas
tão pequenas quanto a casa
que esconde um ser feliz
por ser tão bonito assim
por não ter doenças graves
e por morar com suas flores
coloridas no jardim
que esconde em sua terra
o corpo sujo de alguém
que pagou por tudo isso
com cinza escuro perfumado
enfeitada com luzinhas
tão pequenas quanto a casa
que esconde um ser feliz
por ser tão bonito assim
por não ter doenças graves
e por morar com suas flores
coloridas no jardim
que esconde em sua terra
o corpo sujo de alguém
que pagou por tudo isso
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