quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

a dois

tempo molhado
sabor de nuvem na ponta do calçado
boca esponjada
vermelha de sangue e paixão recalcada

debaixo do véu de luz, estamos a salvo
uma vez comprovada a perda de ilusão
a cada segundo mundo afora

um sonho a dois
amor contido
contigo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

DIÁLOGO VIII

PARA FORA DO PORTÃO EXISTE MAIS QUE UM MUNDÃO

férias sempre é bicho bom. umas mais que outras, é verdade... depende da duração e da diversão, principalmente. depende também da disposição de seja lá quem for que estiver sujeito a elas.
no meu caso, sempre rezo por elas, mas quando chegam, geralmente me ponho a passá-las dentro de casa dormindo ou no computador, argumentando cansaço. é certo que preciso de pelo menos uma semana desse jeito, mas quando as férias são muito curtas, esse é quase todo o tempo que tenho... porém, quando longas, como é o caso destas em que me encontro, sempre corro atrás da diferença, do que não dá pra fazer enquanto estou em aula.
mais em particular ainda, nessas férias estou me esforçando ao máximo contra a indisposição que de vez em quando bate, impedindo-me de mexer um músculo sequer para fora do portão de casa. tenho dado a cara à tapa, a vida à sorte, o pé à estrada... tenho me dado. quando não, tentado. talvez não o bastante, mas certamente mais do que quase sempre.
isso é válido quando se fala de ano novo e vida nova. ainda mais essa... "oh céus, oh vida!", como diria a velha tartaruguinha...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

deixa para o quê?

consigo ver em sua boca
um lar salgado, porém lar
sentindo o quente e o suor
familiar na suposição

pressão
tensão
continuação

na próxima se resolve
ou complica ainda mais
ou fica na cara estampada
a velha certeza do amanhã
sem.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

duende

não é da xuxa, mas puxa,
quão bom é meu duende!
não é verde e é grandão
incomum pra sua espécie

faz-me novo e importante
e também me faz falar
no silêncio que não quer
calar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

sono ferrado

de onde eu tiro confusão
tem muito mais pra vender
daniela iria gostar pra valer

minha perdição foi o ganha-pão
bem negociado de terceiros
tanto que ninguem haveria de crer

o azar de costume marcou presença
mas dei sorte por intermédio alheio
na fila do banheiro ela veio

nada romântico para um final de ano
mas muito marcante para um dia inteiro