quinta-feira, 25 de junho de 2009

faz bem

olhar para o céu sem contar as estrelas faz bem
faz bem sentar na areia da praia e viajar
abraçar qualquer um sem motivo aparente faz bem
faz bem dançar na chuva sem roupa nem vergonha

dormir o dia todo sem nenhuma interrupção faz bem
faz bem prender o ar debaixo d'água por algum tempo
abrir portas e janelas e deixar qualquer coisa entrar faz bem
e faz bem muito tempo que eu não faço nada disso

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ignore estas palavras

tirem as crianças da sala
fechem as portas e as janelas
pois o homem mais vivo do mundo
agora percebeu o quanto ordinário é

tapem os ouvidos com mais que mãos
neguem todos os pensamentos estranhos
pois somente ignorá-los é impossível

o ditador das regras da vida e dos tempos
agora percebeu o quão ditado por estas é

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Série Velhos Poemas: LONGE DE MIM

o ar pesa na liberdade por aqui
e enterra meus pés no chão para eu não andar
clamando só por um instante de pura inconsciência
eu sempre volto para longe de tudo

imprevistos da noite ainda me satisfazem
dias cobertos por uma manta desigual
uma maneira facil de se curvar
quando não há vestígios de um sorriso fiel

o ar pesa em meus ombros por aqui
idéias cobertas por uma mente invisível
clamando só por um instante de puro infinito
eu sempre volto para longe de mim

quinta-feira, 4 de junho de 2009

das núvens

ela patina em areia movediça
e chove das núvens sem temer o chão
ela nem pisca quando encara o sol
e dorme na lua um dia sim e outro não

ela voa entre o inferno e a terra
e se chama pelo nome que bem entende
ela sangra mais que as minhas feridas
e acontece mais que o tempo presente

não a conheço, mas nunca a esqueço
ela não existe, mas sempre persiste
eu não a quero, mas sempre a espero
ela não vem, mas não vai mais além