quinta-feira, 12 de novembro de 2009

na presença do porvir

no improviso de um tema para lá de desejado
arrepio com uma dose de momento congelado
após uma briga limpa que me deixa atropelado
e antes de um estoque de lamúrias a guardar

enquanto isso me deleito na doçura da inércia
que me faz atravessar numa paciência quieta
a riqueza soberana que de sabia não é certa
até chegar num mar despreocupado de nadar

entre faltas e excessos o produto é bem maior
e se faz por não se ter em toda esquina que dá nó
contribuindo para um dia que aponte um melhor
que faltando ou sobrando sempre dá o que falar

possuo em meus segredos um que não está em mim
e por isso é justo ele que me faz ser tão assim
sonhador que toca o chão toda vez que não vê fim
até chegar num céu despreocupado de voar

6 comentários:

Marcella disse...

1) Não consigo te imaginar brigando, mesmo te conhecendo pouco.

2) Gostei do estilo.

3) vim aqui mais pra fazer uma convocatória, vc tem que vir domingo.

Abraços

A moça da flor disse...

engraçado...
em geral só entendo tuas poesias quando acabo de ler.
Me parece que elas antes de deleite querem passar a idéia de um estado metal. A linguagem que cê usa a meu ver, reforça isso. Tenho a impressão de idéias que passam e que você rapidamente quer captar com palavras, idéias íntimas.
Gosto muito! Apesar de precisar de um tanto de atenção para entrar no espírito que você propõe. Mas depois conseguir é realmente muito instigante!
Beijo ^^

Esyath disse...

Gostei dos versos... queria que minha paciência fosse quieta... mas cá entre nós ela é bem temperamental, quase impaciente... mas o importante de verdade é saber aproveitar o balanço do mar e se adequar a suas ondas... se revoltas, precisamos de cautela para não permitirmos que o desespero e a paixão nos levem a afundar... se calmas demais... precisamos apenas saber nos deixar levar...

*Respondi seu comentário. - rs.

Biejos (Des)conexos!

Hermes disse...

Pensamentos inertes? Esse poema me fez ver coisas paradoxais, como o sonhador resignado no mar inerte. Se adaptando, se conformando ao mundo ao seu redor, mas sonhando...parece que só sonhando, pois não muda o mundo ao redor. Não sei. Mas me lembrou também a filosofia de Schopenhauer, o eterno querer.

Paulo Henrique Passos disse...

Primeiramente, foi mal pela enorme ausência aqui nos comentários.

Dos versos, ficou massa o título, e baseando-me nele foi que tentei sugar alguma coisa dos versos. Parece que o sujeito sente o futuro e por isso é tão calmo.

CA Ribeiro Neto disse...

Cara, eu não entendi muita coisa não. Eu preciso de um curso de apreciação da arte de Thiago Cesar, urgente!