quinta-feira, 5 de novembro de 2009

além do cinza e outras cores

eu vejo um pobre pato se iludir
e preferir a liberdade moralista
embora em sua fama de artista
também tenha se enganado por aqui

em meio ao nosso som contagiante
que uma ave de chapéu apresentou
e até com a moça-fruta ele dançou
no seu gingado de escape estonteante

o pato tinha um gesto mecânico
até que acordou desse sonho
e com um pensamento enfadonho
desabrochou quase epifânico

o que seria da saúde do patinho
se descobrisse o seu cisne interior:
resmungaria como sempre de horror
ou partiria em busca do ninho?

7 comentários:

Mehazael disse...

Cara, todos os seus poemas, na primeira vez que leio, não gosto. Mas depois dou mais uma chance, leio de novo e vejo que não é tão ruim assim. Aí na terceira vez já fica bem melhor e assim por diante. hauehaueuhaheeha
Mas depois começo a gostar. Mas é que eu sempre tenho que ler varias vezes pra começar a pegar a ideia e a me envolver mais pra daí gostar; nem todos são fáceis, mas muitos são prazerosos. O problema é que sempre me questiono se o que estou lendo é isso mesmo ou se tem algum outro significado por trás (imagino que, na maioria das vezes, tenha). Aí me envolvo, me frustro, gosto, acho chato, acho bom, etc. Só não dá pra ficar indiferente. Acho que isso é que dá um bom poema. Goste ou não, te envolve e desperta alguma coisa em ti. Parabéns!

ps: quanto à questão da ignorancia, acho que Nelson Rodrigues sintetizou muito bem quando escreveu que o problema foi quando os idiotas perceberam que estavam em maioria. Estragou td mesmo...

CA Ribeiro Neto disse...

O pato é o Faustão, com as pernas finas dignas de uma ave?; ou o gugu com seu pintinho amarelinho?; ou mais o Will Nogueira com o rabo da grauna na boca? ou o João Nogueira que é uma ema toda! heurheurheurheurheuhueh

A moça da flor disse...

li seu poema há alguns dias
mas não entendi muito bem, tenho minhas dúvidas se o entendi agora também, hehe.
O patinho teria medo de despertar o que há de bom em si e se esconde atrás do moralismo?

"desabrochou quase epifânico"
essa parte faz bastante parte do meu contexto! hehe

Beijo ^^

Hermes disse...

ah, quem eu quero enganar?Eu não entendo

CA Ribeiro Neto disse...

Agora que vi os vídeos, a poesia faz muito sentido. E sendo por isso, gostei muito da poesia.

Nunca pensei que viria uma poesia de crítica política vindo de ti! heurheurheurheuh

Bem, relacionando o primeiro vídeo com aquele que tratei numa cronica minha, onde vejo uma crítica ao estilo de vida americano bem interna, acho que esse video do sonho com Hitler é uma crítica também, sabe. Tipo, uma ironia de "será que abraçado com a Estátua da Liberdade aquele processo não é o mesmo do encontrado no sonho?

De qualquer forma, acho que você fez uma ótima leitura dos vídeos e expôs de forma muito boa na poesia, mas acho que era preciso você deixar isso à mostra antes. Tipo, já no corpo do post, entende?

flw

Pedro Gurgel disse...

Esse cabeça, mah!

Assistindo muito Pato Donald!

Aprendendo e ensinando muito também!

Esyath disse...

Thyago,


simplesmente adorável. Juro que gostei mesmo. Sabe... acho que se todo mundo conhecesse seu verdadeiro potencial... dese o berço... talvez não fossem capazes de serem grandiosos... de construírem a verdadeira trilha do herói que nos leva ao amadurecimento... Se o pequeno pato soubesse de sua força e beleza interior... é provavel que não tivesse se transformado no ser em que se transformou...

Beijos (Des)conexos!