quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Série Velhos Poemas: CONSERVAÇÃO

que estejam cansados
do avesso da realidade
que destruam
nossos pensamentos
diluídos em sentimentos
inexistentes, porém incontestáveis
que parem
de tentar achar respostas
respirando idéias bobas
que ninguém quer desistir
que desistam
de esconder qualquer verdade
que talvez possa existir
por trás de tanta ignorância
que nos mostrem
o que realmente procuramos
e viemos procurando
desde o despertar
da primeira aurora
que algum de nós
mude alguma coisa
para sempre algum dia
que seja o fim
das ilusões, das traições
de qualquer coisa
que ainda seja conservada
por quem tem medo de existir
e que a realização da realidade
venha a ofuscar os olhos
de alguém que algum dia
mude de idéia

para sempre...

7 comentários:

Marcella disse...

Gostei. Me arrisco a dizer que foi um dos que mais gostei teus.

Paulo Henrique Passos disse...

Que manifesto! Não sei exatamente contra ou a favor de quê, mas parece ser contra a "conservação" das coisas.

Mehazael disse...

Cara, eu não chegaria a dizer que tudo do oriente é mais interessante. Acho que é diferente, e o grande problema é que nós não temos acesso à maior parte da informação; muitas vezes por falta de interesse, curiosidade ou até (e isso eu noto em muitos lugares) por uma prepotência ocidental de achar que é superior e melhor em tudo o que faz.
Quanto ao livreto, eu penso muitas vezes em fazer algo neste sentido pelo fato de não haver bons materiais em português. O grosso das publicações vem do inglês, aí fica muito difícil alguém começar a estudar japonês (ou chinês, coreano, etc) sem saber inglês primeiro (o que já corta o barato de muita gente). Quem sabe não vira um projeto futuro? hehehe
Mas eu ainda preciso estudar um bocado antes disso.

Agora, quanto ao seu poema, eu não me considero capacitado nem estudioso o bastante para dar um parecer estilístico ou mais "profissional", então tudo o que eu digo vem de pura observação e uso da linguagem. No caso, me parece mais uma "prosa em verso" do que poema propriamente dito (que costuma ter ritmo e rima bem marcados); se bem que, ultimamente, tanta coisa tem mudado...
Mas eu gostei do jogo de palavras e do protesto/manifesto pela mudança (que foi o que me pareceu ser).
Sinto não poder dizer muito mais do que isso, mas prefiro ficar assim do que me meter de pato a ganso e enfiar os pés pelas mãos (quem sabe você não faz um poema assim, cheio de jogos de palavras com ditados estranhos?)
hauehaheuheueha
Abração!

CA Ribeiro Neto disse...

Homi, até entendo essa tua proposta de não usar pontuação, mas essa poesia precisa delas.

Fora isso, a poesia é bem interessante, um manifesto interessante, apesar de que também não entendo se é pela mudança ou se é pela conservação, pois você varia no meio da poesia.

flw

Hermes disse...

conservar de mais estraga, mudar de mais mata a identidade.

Freddy Costa disse...

Me soou feito oração, que eu rezaria cegamente e diria até amém...

Pedro Gurgel disse...

Gostei muito da poesia!

Acho que a pontuação seria interessante, mas não sei se comprometeria a poesia.

Gostei muito dela. Principalmente daqueles versos que precediam, tipo o "que parem" (eu realmente PAREI nessa parte, antes de prosseguir).

bjunda