quinta-feira, 21 de outubro de 2010

a verdade sobre o galã matador

numa cidade tão pequena quanto escrota
morava um cabra mais valente que o cão
que namorava uma rapariga tão marota
que nem o padre quis ouvir sua confissão

eis que um dia pisou lá um forasteiro
que proferia ter matado mais que doze
com todo o ar de mocinho justiceiro
instigou o valentão a sair da pose

a rapariga no começo teve medo
de seu macho finalmente morrer nessa
mas mudou de torcida logo cedo
pois o galã lhe deu um trato bom a bessa

injuriado pelo chifre e a ameaça
o valentão tirou do cinto sua peixeira
e foi atrás de enfiar na sua caça
que quando viu aquilo fez carreira

sem entender o que tinha se passado
o macho então só matou a rapariga
se gabando por ter afugentado
mais um que se dizia bom de briga

após anos souberam da notícia
que o galã levara bala por comer
a noivinha de um membro da milícia
que não deixou o gaiato se escafeder

o foresteiro era só um come-e-some
que se passava de machão pra conseguir
esfolar todas as putas de renome
que o sertão já foi capaz de produzir

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito massa esse poema estilo cordel! Tão agradável de ler...
"deu um trato bom a bessa", desconfiei o que fosse, e o próprio poema correspondeu! YASGEGSYEA

Lapetit_th disse...

Concordo plenamente com Emily, quando diz que o poema é agradável de ler.Cercado de humor e regionalidade, me faz lembrar do "Auto da Compadecida" filme que até hoje me diverte...

Parabéns pelo poema!

CA Ribeiro Neto disse...

Homi, tá massa demais!!!!

Faz mais desses, vai lá!