quinta-feira, 7 de outubro de 2010

DIÁLOGO XIV

O DIA QUE NINGUÉM MORRE

Tenho pensado nas minhas atitudes e na falta delas. Tenho pensado que tudo poderia ser diferente se eu quisesse, mas eu insisto em não querer ou em querer de outro jeito. Isto é demasiado repetido em minha mente e em minha vida prática, onde essa é a palavra de ordem: repetição. Quando penso no que escrever, todas as idéias se convergem no mesmo grande assunto: solidão/acomodação. Isso me incomoda, embora possa viver bem assim. Eu procuro o mesmo, corro atrás do mesmo. O mesmo nunca me persegue, pois é parado por natureza. A culpa e o mérito por tudo isso são todos meus. O que me mata não é a falta de opção, não é a incapacidade de visualizar algo diferente, e sim a responsabilidade pela mesma escolha sempre, e sentir que ela é sempre certa. Eu posso fugir disso quando quiser, mas prefiro me manter aqui. Posso viver a diferença só na imaginação, e isto basta. Dói porque basta, dói porque não preciso de mais nada. E que venha mais nada.

4 comentários:

Pedro Gurgel disse...

Carakho mah!!!!

Esse texto é muito, muito, mas muito foda mermo!!!

muito bom!

show demais!

Lapetit_th disse...

Mais um texto maravilhoso!!

Suficientemente reflexivo...

Zé Soares Neto disse...

parece um monte de pensamento solto... principalmente se vc ler de baixo para cima... e fica massa do mesmo jeito... =P

Paulo Henrique Passos disse...

"Quando penso no que escrever, todas as idéias se convergem no mesmo grande assunto: solidão/acomodação"

e

"Posso viver a diferença só na imaginação, e isto basta."

Pegando esses dois trechos, e forçando um bocado, parece que o cara é um escritor e, apesar de se incomodar com a tal repetição dos temas, matém-se fiel a eles. Sem falar que é na ficção que ele pode ser quem ou o que ele quiser, e essa liberdade é o suficiente para viver.

Acho que dessa vez a baladeira quebrou!