quinta-feira, 28 de outubro de 2010

palhaço de folga

ele ria e dava cambalhotas
fazia graça mesmo sem querer
e com suas sombrancelhas tortas
tomava susto no espelho ao se ver

com sua ginga ele armava confusões
trapalhadas para lá de divertidas
e já sofrera trezentas contusões
mas tinha muito mais que sete vidas

mas um dia o palhaço se cansou
fazer graça não tinha mais sentido
foi tão cobrado duramente que surtou
tão sozinho, cabisbaixo e oprimido

4 comentários:

CA Ribeiro Neto disse...

Palhaço é sempre uma figura emblemática, que carrega a bagagem da alegria e da tristeza de uma vez.

Gostei desse poema, mah!

Hermes disse...

Cara, massa mesmo o poema. Não acho o palhaço emblemático não, mas o seu é. E no final, ele quis parar de fazer graça, isso eu nunca tinha pensando, mas já que você me fez pensar, parece que para a sociedade, palhaço, uma vez, sempre palhaço. Sempre querem que o palhaço, comediante, façam graça. Interessante.

E sobre o poema na imagem, é meu heuahea.

Lapetit_th disse...

Adorei o poema! A imagem do palhaço sempre traz as lembranças da infância , a fantasia, as traquinagens que essa fase proporciona. E foi isso que o poema fez, me levou para uma época de fantasia, com muito humor é claro!!

:D

Paulo Henrique Passos disse...

Porra! deixem o palhaço brincar e pular na hora que ele quiser! Ainda bem que eu num sou escritor, eu só escrevo.