quinta-feira, 8 de abril de 2010

casa imunda

as migalhas sujam o alpendre
e o cocô macha as paredes
entre elas há duas redes
cujos donos não se tocam

nem palavras eles trocam
desde não se sabe quando
e as aves vêm voando
pra buscar seu alimento

miolos brancos no cimento
e mal comem, já descomem
melando toda a casa do homem
deixando só um clima hostil

3 comentários:

Hermes disse...

Que invocação mais sinistra essa aí do seu poema, imaginei aqui a cena descrita em versos, horrendo isso. Por isso que gostei, daria uma boa prosa, se você tivesse vontade.

CA Ribeiro Neto disse...

Realmente, daria uma boa prosa. Mas a poesia também não está ruim.

Moral da poesia: não deixem miolos em suas casas! hehe

Giovana disse...

hm...

não sei se eu viagei, mas acabei fazendo um paralelo entre a casa descrita no poema e o discurso dos ambientalistas hoje em dia sobre a situação do nosso planeta...