sexta-feira, 14 de maio de 2010

Série Velhos Poemas: POEMAS INTERMEDIÁRIOS

carta pálida de um qualquer ou simplesmente a sua lamentação

pelos becos alguém brilha
segurando uma vela

acesa

quem enxerga se atira
abraçando sua fera

com frieza

e tristeza



embora

embora você não suma
existem mil maneiras
embora eu só use uma
de falar asneiras

e dizer adeus



dores e cores

primeiro as cores
depois as dores

e os versos



os ossos

tudo o que tenho são olhos reumáticos
que nada querem ver além de esqueletos
projetando-se para fora de um mesmo corpo

banhados de desilusão e cólera
nem mesmo sabem do que ou o que são
ossos



aqui e agora

o aqui é tão lá
quanto o agora

a velha lambia
as ramificações



por alguém

pelos que temem eu digo sim
pelos que choram eu digo sempre
segredos têm a força própria
da autodestruição

pelos que rezam eu digo amém
pelos que amam eu me calo
por alguém



sapatos

arrastamos os pés descalços
sobre o teto
pois não há sapatos que nos levem
ao mesmo chão



vez

o gosto da ansiedade me vem à tona
pela última vez

pela última vez ele se torna amargo
e pela primeira vez eu me acostumo



pós-perfeição

eu penso na perfeição
e nas leis que ela destruiu
no quanto maiores os significados se tornaram
e na raridade atual das boas atitudes

uma bela noite não nos cerraria os olhos
um rosto feio não se manteria entre nada
e o nada se sobressairia



a história do poema sem fim

era uma vez uma poesia
que não chorava
nem sorria

era uma vez um começo
que não tinha fim
nem começo

6 comentários:

Le Babiot disse...

Ei...deixa de ser adulto, seu cabra!!!

Hermes disse...

Encontrei trechos interessantes, mas aí foi ficando enfadonho, porque não sabia o que tava lendo! Se era um poema só, ou ramificações, só acho que você deveria explicar melhor o que tá colocando, para o leitor se situar.

CA Ribeiro Neto disse...

Beçote, a Marcella e a Marília sairam do Blogs de Quinta e entraram nessas duas vagas elas:

Emily - http://faforifo.blogspot.com/
Esyath Barret - http://historiasdesconexas.blogspot.com/

adcione-as!

flw

Marcília Sousa disse...

Nossa...gostei bastante...
Pequenos versinhos, as rimas, a sutiliza das palavras!! Muito bom!!
Beijos!!

Paulo Henrique Passos disse...

Mais uma vez eu comentando mais de um post.

Aquele "essa história de igualdade" ficou muito massa mesmo. Como se toda beleza escondesse uma coisa feia e, além disso, e principalmente, mostra o esquecimento que se tem dos que realmente construíram alguma coisa.

O outro, este último, eu realmente não consegui entender muita coisa.

Valeu.

CA Ribeiro Neto disse...

Também achei muito fragmentado!

Achei versos incríveis, coisas muito massa mesmo, mas as vendo isoladamente, olhando para a poesia toda eu não entendi muito...