quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

primeira tentativa

dificuldades esperadas
ainda assim sentidas
provação de olho grande
sobre ideias mantidas

um grupo de apoio
melhor é impossível
interesses comuns
num concreto invisível

tais asas robustas
que não sabem voar
aprendem batendo
mesmo após calejar

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

formação

o fim chega após o relaxar
tão bilhoso e contrastante que é difícil
não lhe dar as boas-vindas e abraçar
toda poeira que se atira feito míssil

agora o que só resta é relembrar
as torturas e o sorriso tão escasso
que o coração esqueceu de carregar
mas que a mente traz à tona a cada passo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

é forró de zé pixinga em barraco de dona penha!

corre atrás do bate-estaca, zé pixinga
se não tiver teu par, vai com o coringa
só te lembra de trazer a tua pinga
que o resto a gente tem pra festejar

carimba o nome nesta praça, dona penha
teu barraco não é mais lar de mulher prenha
fica na porta só cobrando a nossa senha
pois se não tuas paredes vão derribar

tanta gente desce a serra de jumento
só pra ouvir nossa rabeca e seu lamento
com a alpercata de moça preta a pegar vento
até que a noite peça arrego, e clarear

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DIÁLOGO XV

CORRENDO NA ESTEIRA

Como eu já adiantei no meu poema passado, toda essa história de ano novo faz com que inevitavelmente você pense em tudo o que você fez e em tudo o que você ainda precisa e quer fazer. No meu caso, esse pensamento pro futuro esteve muito presente durante todo o ano de 2010, e agora em 2011 eu não terei mais desculpa para não por em prática. Isso porque vou me formar no meio do ano em Psicologia, e não quero seguir carreira nisso.

Vocês devem estar se perguntando porque eu fui fazer um curso com o qual eu não quero trabalhar depois, mas pra quem me conhece eu já expliquei milhões de vezes que eu não sabia que não ia querer trabalhar com Psicologia até quase o final do curso. Então, quando eu decidi isso, resolvi terminar logo, já que só faltava uns dois semestres, agora só um. Mas, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam quando eu digo isso, pra mim esses cinco anos na faculdade não foram uma perda de tempo, pois ela serviu pra minha formação como pessoa, e isso pra mim vale muito mais do que a esfera profissional.

O problema é que, além de não querer trabalhar com Psicologia, eu não tenho bagagem o suficiente pra trabalhar com as coisas que eu realmente quero - que, diga-se de passagem, são muito difíceis de conseguir -, a saber: música e/ou cinema. Eu queria muito fazer faculdade dessas duas coisas, ou pelo menos de uma delas, de preferência cinema, mas eu acho que não vou aguentar mais tempo estudando sem trabalhar, então minha prioridade agora é arrumar um emprego, ganhar dinheiro. Quem sabe eu possa até arranjar um trabalho como psicólogo em algum lugar, mas isso seria só por algum tempo, não pelo resto da vida.

Eu já cansei de ouvir as pessoas dizerem as mesmas frases de sempre: "Corra atrás daquilo que você realmente quer" e blá, blá, blá... Eu sinceramente reconheço a importância disso, e até concordo, mas isso não é tão fácil quanto parece. Às vezes, o que você quer está tão longe, que você precisa de alguma coisa pelo menos pra sobreviver, pra deixar de ser sustentado pela família, enfim, pra se sentir alguém no mundo.

Minha vida de artista vai ter que esperar um pouco, e eu não digo isso porque vou botar em "stand by" minhas idéias neste âmbito, pois isso nunca vai deixar de estar presente em minha vida. Digo isso porque às vezes a gente tem que aceitar a dura realidade e fazer as coisas no seu devido tempo, e não querer abraçar o mundo com as mãos, ser "corajoso" e viajar por aí sem um tostão no bolso atrás de alguma oportunidade na vida.

Este post só foi um desabafo e um pedido de que torçam por mim nessa nova fase da minha vida, onde me sinto disposto a fazer coisas que nunca fiz antes, e não só no âmbito profissional... Mas isso já é outra história...